terça-feira, setembro 29, 2015

Esculturas de balão marcam presença nas atuações

Escultura de balão é uma das ferramentas usadas nas atuações dos palhaços nos hospitais. Além de ser uma lembrança, a confecção do balão permite que o palhaço desenvolva todo um contexto e uma história, envolvendo o paciente do começo ao fim.

A procura pelas bexigas no hospital não se dá apenas pelas crianças. Os balões servem de atração para todas as idades, seja pela vontade de presentear alguém, pelo interesse em aprender as manobras ou simplesmente por gostar do resultado final. Os formatos são dos mais variados, podendo seguir a ideia de animais (minhoca, cachorro, macaco, urso), corações, maçãs, etc. A escolha da escultura a ser feita depende muito do desenrolar da conversa com o paciente pois, caso não tenha ligação com toda a atuação, se torna apenas um brinde. 

A publicitária Miriam Miron de Gea, de 62 anos, palhaça Miroca que atua no Hospital das Clínicas há um ano e meio, disse que o balão é uma ferramenta muito interessante nas atuações por ser lúdico, colorido e leve, além de todos gostarem. “Uma vez levei uma maçã à um paciente que estava sozinho e muito triste. Ele me perguntou o que tinha dentro e eu disse que estava cheia de amor. Foi um momento muito emocionante”, conta Miriam. 

Ricardo Vieira Ambar, de 44 anos, é o palhaço Pateta há um ano e meio e acredita que os balões são fundamentais, pois acabam prendendo a atenção do paciente e servem como gancho, muitas vezes, para um diálogo. “Uma vez no Pronto Socorro fizemos foguetes de bexiga e conseguimos levantar várias crianças que estavam no banco aguardando atendimento”, conta o analista de sistemas. Renato Ettore de Moura, 30, é palhaço há dois anos e entende as esculturas de bexiga como uma ferramenta extra, que complementam outros métodos de atuação. Para Moura, e seu palhaço Gambito, os balões ajudam a contar uma história, tiram a timidez do paciente e podem colaborar para o fim de um momento constrangedor. 

Segundo o líder da equipe do Hospital das Clínicas e palhaço há dois anos e dois meses, Lucas Rosenthal, de 24 anos, as bexigas são muito procuradas pelos pacientes e acompanhantes e, mesmo sendo uma ferramenta extra, podem colaborar para uma atuação que não esteja fluindo tão bem. “Uma vez tinha uma criança fazendo muita birra e totalmente fechada para a minha atuação. Assim que fiz uma espada, ela virou minha “melhor amiga”’, comenta Rosenthal. 

A ONG Hospitalhaços oferece oficinas de bexiga aos voluntários para que aprendam do básico ao mais detalhado. Muitos já pegam as manobras mais simples com os colegas ou pela internet e elaboram-nas com as oficinas. 


Giulia Bucheroni
Voluntária da Equipe de Comunicação da ONG Hospitalhaços

Imagens: Thais Alves - Palhaça Tulipinha


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